quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tropeços e Conclusões (Mikeline Araújo)


 



Já não preciso mais que o vento me siga e leve de mim os arranhões que  ainda ardem na alma...Não quero e não preciso. Um resultado inconstante de regras e palavras, simplificado ao máximo e elevado aos expoentes reais de uma dor cujo nome se ausenta no frio da noite e no calor de um abraço mal-dado. Levantada nos nós que desfeitos levam-nos ao chão, estou descalça em uma superfície onde "sapatos" não protegem  contra nada. Cansada de saberem sobre como e sobre o que devo "escrever", julgada pelos que mal sabem "amar" e cantam certezas como quem prova de delicados goles secos em uma garganta enganosa e de voz atraente. Sou dona de minhas vontades e as verdades só guardo e exponho pra quem realmente as merecem... Minha escrita não se deduz pelo movimento do lápis, mas pelo estado da alma, é a linguagem do meu coração.Sem idéias certas, no impulso só transcreve o que acho que é lógico, não para alheios, pra mim mesma! Monopólios de sensações, que se transferem pela face avermelhada, pelo olhar negado..O medo de sentir o que as "palavras" tentam explicar ( nem valem muito, a filosofia perdeu-se). Sentido mesmo só busco nas minhas irracionalidades, elas traduzem, se percebem, conversam e viram textos, não para encantar, mas para buscar de si o seu melhor. Otimizo defeitos...Sou Cinderela sem sapatos,Branca de Neve que não se perde, Rapunzel sem tranças, sou final desproposital, sou filha do mundo, sou língua perdida, sou tudo o que me permito não ser e acabo por me finalizar em entrelinhas, que depois de descobertas, falam mais que as próprias razões.Nada mais de engasgos, nada de vômitos...Eu respiro incertezas e produzo conceitos, favoreço as súplicas e reinicio tudo o que se faz entre desmanchos. Posso até ser poesia errante,mas só de ser poesia, já é mais que suficiente.

Um comentário:

Miquelinne Araujo disse...

Obrigado pelo carinho...
Muito feliz por estar aqui em teu Blog Meu Lindo'

Amo vc Friend'